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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter.

Holy Motors vem para discordar e relembrar o lado crítico do surrealismo, para além da fantasia e da imaginação, um movimento de contracultura. Todos somos o Sr. Oscar, todos somos atores de diversos papéis interpretados ao longo da vida para nos moldarmos socialmente. O universo apresentado pelo filme nos mostra isso, como, por exemplo, quando descobrimos que a sobrinha que está à beira da cama esperando o tio vir a falecer se revela uma atriz profissional como ele, ou seja, ninguém é o que parece ser. Vivemos na sociedade do espetáculo, a sociedade que espera que cumpramos determinados papéis sociais, morais, intelectuais e comportamentais muito bem traçados e determinados como aceitáveis. Em uma cena, um homem, aparentemente chefe, aparece na limusine para questionar tanto as interpretações do Sr. Oscar, dizendo que as pessoas andam reclamando porque estão parando de acreditar e o porquê dele continuar nessa profissão, a resposta para essa pergunta é: “Pela beleza do ato!”. Mas, de fato, nas trocas de compromissos, o que vemos dentro da limusine é um homem cansado e reflexivo, cansado talvez de viver essas vidas que não são dele e de transitar nesses personagens sem tempo de ser quem ele realmente é, aliás, passamos o filme inteiro sem resposta para essa pergunta: Quem é o Sr. Oscar realmente?

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